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Políticas de acervo e o caso do Museu da Imigração
Nos dias 18 e 19 de outubro, o Museu da Imigração promoveu um evento aberto em parceria com o Centro de Pesquisa e Formação do SESC para discutir o desenvolvimento de sua Política de Acervo. A programação durou dois dias inteiros e os questionamentos centrais em torno dos debates foram: qual é o papel do Museu da Imigração na preservação da memória? O que ele deve colecionar sobre os movimentos migratórios do passado e do presente?
A ideia de realizar esse evento surgiu da vontade de compartilhar a experiência do Museu da Imigração no desenvolvimento de sua política de acervo, que neste momento se projeta para discussão com interlocutores externos. Tal proposta parte de um princípio de construção do documento, e pretende não só falar das linhas que orientam e definem a atuação da instituição, mas, em última instância, lidar com questões relativas ao colecionismo, como aquisições, descartes e empréstimos, de forma colaborativa. No contexto atual, em que os museus estão consolidados como espaços de representação, de memória e de questionamentos sobre as sociedades em que estão inseridos, se torna cada vez mais essencial discutir o colecionismo por meio de documentos como as políticas de acervo. E para que seja de fato relevante, é preferível que o faça de forma colaborativa, com diversos interlocutores, recuperando trajetórias e de decisões institucionais, estreitando vínculos com diferentes públicos, e realizando projeções quanto ao desenvolvimento das coleções.
No primeiro dia tivemos, pela manhã, o workshop “Meaning Making”, com a presença internacional de Danielle Kuijten, mestre em Museologia pela Reinwardt Academy em Amsterdã e vice-presidente do COMCOL/ICOM. No período da tarde, Mariana Esteves Martins, coordenadora técnica do Museu da Imigração, realizou uma apresentação sobre a instituição e a suas coleções. No segundo dia contamos com uma mesa redonda sobre políticas de acervo e o caso do MI composta por Danielle, Mariana e também Juliana Monteiro e Marília Bonas, que acompanharam a discussão nos últimos anos dentro da instituição. No período da tarde, foram formados cinco GTs com os participantes presentes no evento, que tiveram por objetivo discutir as seguintes questões: O que é o patrimônio da imigração e qual o papel do Museu em relação a ele?; Como colecionar o contemporâneo no contexto de um museu?; Colecionar é a única forma de construir e preservar memórias?; Como construir propostas colaborativas/participativas que envolvem o acervo do Museu da Imigração?; De que maneira é possível integrar as coleções no caso do MI?
O evento contou com a participação de inúmeros profissionais de museus, estudantes e interessados na área, possibilitando uma discussão muito rica e frutífera não só para a consolidação da Política de Acervo do Museu da Imigração como documento, mas também para o desenvolvimento de futuras ações e projetos pela equipe da instituição.