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Com o propósito de estimular a produção cultural, compreendendo que a arte pode ser uma expressão única para problematizar e tornar sensíveis conceitos importantes para o entendimento das migrações, como identidade, experiência, representação e direitos humanos, o Museu da Imigração do Estado de São Paulo lançou a primeira edição do Programa de Residência Artística.

Para a edição de 2019, que abordou o tema “acolhida”, foram selecionados dois artistas para imersão nas atividades e rotinas da instituição, visando o desenvolvimento de projeto(s) de artes visuais (incluindo linguagens como pintura, escultura, desenho, gravura, cerâmica, produção digital e instalação). O trabalho foi realizado em ateliê aberto, montado nas dependências do Museu da Imigração.

Para o Programa de Residência Artística | 2019 do Museu da Imigração, puderam se candidatar artistas iniciantes e demais interessados que já tenham desenvolvido projetos similares nas linguagens pré-definidas no Edital, com mais de 18 anos, sendo obrigatória a condição de migrante internacional residente no Brasil.

“Cúmulo”, Emilia Estrada

A instalação problematizou os próprios processos do museu. Em uma investigação que indaga as coleções e o sistema de ações museológicas, trouxe uma necessária movimentação física e simbólica de bens já pacificados pelo tempo. A presença da artista e as ‘perturbações’ causadas ao silêncio e solidão das reservas técnicas, à manipulação cuidadosa e nem sempre possível e às fichas catalográficas revistas, inseridas no contexto poético da obra, nos levam a ponderar sobre os processos de construção de memórias individuais e coletivas e, porque não, de novos mitos.

“Chegar é nunca chegar”, Nicolás Llano Linares

Nicolás Llano Linares, em sua trajetória artística, indaga estruturas de linguagem e, no museu, escolheu tencionar gestos imprevisíveis e arquiteturas possíveis, em busca de relações entre migração e acolhida. A instalação “Chegar é nunca chegar” se concretiza nas presenças, passagens, possibilidades, trajetos, experimentações e apagamentos, que ampliam uma visão dualista entre bem e mal e indicam a potencialidade de novos parâmetros para lidar com a questão do outro.

Marilúcia Bottallo Curadora

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