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Peça a peça: Casquetes - especial Carnaval
O Carnaval é uma festa popular muito celebrada em todo país. Mas a tradição dessa festa não é recente, e tampouco brasileira – sua origem é migrante e ela circulou de diferentes formas em inúmeros países ao longo dos séculos. Pagã durante a antiguidade, a festa é incorporada ao calendário católico pela Igreja no período medieval, e passa a ser realizada nos dias anteriores à Quaresma, que, por sua vez, antecede a Páscoa; e assim segue até a atualidade.
Ainda que muitas modificações e reapropriações tenham ocorrido ao longo do tempo, a ideia da subversão da ordem e a defesa do hedonismo sobreviveu ao passar do tempo. A própria ideia de fantasiar-se nos dias de carnaval remete à tradição das máscaras venezianas, ou seja, à ideia de perder-se de sua identidade e dos papéis sociais tradicionais, em que todos são iguais em meio à euforia da festa.
No Brasil, o carnaval é comemorado desde o período colonial, quando passou a unir manifestações culturais dos diversos povos que compunham sua sociedade e se transformou em uma festa nacional cuja fama alcança o mundo todo. Atualmente, a cidade de São Paulo vive um momento de efervescência dos blocos de rua; milhares de foliões saem à rua com fantasias e adereços coloridos.

Nesta edição do Peça a Peça - especial de carnaval - não apresentaremos apenas um objeto como é de costume, mas sim, uma seleção de itens de nosso acervo. São alguns acessórios de cabelo denominados “casquetes”. Como possuímos pouca informação sobre os mesmos, não nos ateremos na história de nenhum em particular; uma curiosidade é que as casquetes são todas de origem italiana, e datam de 1900 a 1950. Elas são constituídas de materiais exóticos e requintados, como plumagens, tule e veludo.

Embora o item atualmente esteja fora do circuito da indústria da moda cotidiana, vemos muitas pessoas utilizando acessórios como esses no carnaval. Essa ocorrência nos diz muito sobre os processos de reapropriação que cercam objetos e acessórios de vestuário. A moda é cíclica; as tendências circulam nos mais diferentes tempos e espaços, sob as mais diversas circunstâncias e contextos. A subversão da ordem típica do Carnaval, por sua vez, se relaciona intimamente com essas releituras e usos — inclusive os materiais exóticos de que são feitas são muito bem-vindos nas fantasias dessa época do ano.
E as casquetes se movimentam mais uma vez pelas ruas!


Se você se interessa por peças como estas, fique sabendo que em outubro de 2017 o Museu da Imigração irá realizar uma exposição sobre acessórios e adornos de corpo que será construída de forma colaborativa; ou seja, objetos dessa natureza pertencentes a famílias de migrantes, imigrantes e descendentes podem ser emprestados para fazer parte da exposição!